Portfólio – Memorial Reflexivo
O ato da docência é algo maravilhoso. Trabalhar com a educação é algo extremamente generoso e genial. Generoso porque você doa e recebe simultaneamente conhecimentos, cordialidades e experiências. Nesse processo vínculos de cumplicidade, de respeito e de carinho vão se criando. Sementes de amizades vão sendo plantadas, cultivadas e florescidas. Assim novas comunidades formam-se e tornam a sociedade mais justa e solidária.
Talvez, para quem participar desta escrita a quatro mãos, possa pensar que essa visão do ato da docência seja muito romântica. Mas, o que será da Educação Brasileira se o Educador (mentor mor no processo educativo) perder esse sentimento?
Esse sentimento foi despertado em mim ainda na primeira infância, quando eu ainda estava na primeira série. O episódio marcante fui retirada da primeira série A e levada para a primeira série J, ao chegar lá encontrei a professora Shirlei, pequenininha, mas gigante na arte de ensinar. Com todo carinho me fez entender que dinheiro não é elemento essencial para aprendizado. Coisa que eu não tinha conseguido aprender na primeira série A.
Outra educadora que cultivou em mim esse sentimento foi minha professora Fátima da quarta série, ela desenvolvia suas aulas como quem contava história e assim fez com que eu me apaixonasse pela Língua Portuguesa.
Quando iniciei a quinta série o Brasil vivia toda a revolta do Regime Militar, em Governador Valadares, cidade onde morava, as escolas ficaram meio mortas, e isso permaneceu até eu chegar a oitava série. Desse período tive duas professoras: Angela e Habigail, essa me fazia escrever cópias e cópias no caderno de caligrafia para melhorar a letra, como eu odiava aquilo. A outra nos dava aula com as portas e cortinas fechadas para nos preparar para o novo futuro de liberdade, naquela época não entendia muito bem o que acontecia, afinal era uns com muito medo do regime e outros ansiando e propagando a nova era.
Só fui compreender isso quando estava no segundo ano do Ensino Médio, tivemos o professor de Língua Portuguesa João Pedro. Ele utilizava as figuras de linguagem para nos fazer entender que Cálice (música de Chico Buarque) na realidade era Cale-se e o quê isso representava. Ele tinha uma humanidade em suas aulas ímpar, não fazia distinção entre ser aluno e ser professor, deixava nítida a hierarquia de responsabilidade, mas nos ouvia e sempre que corretas considerava nossas ponderações.
Diante de todas as minhas experiências vividas e por acreditar que a educação é o único meio que os menos favorecidos têm para sobreviverem nesse mundo globalizado decidi ser Professora.
Iniciei nessa caminhada trabalhando com adultos na Serra da Petrovina em Rondonópolis/MT. Para mim foi muito gratificante naquela época minha principal ferramenta de trabalho era o Projeto Alfa. Posteriormente fui trabalhar em Gaúcha do Norte e agora estou em água Boa, em todos esses lugares fui me aperfeiçoando a cada dia e aprendendo sempre com meus alunos.
Assim, o sentimento de encarar a docência como uma doce arte se renova a cada dia, a cada nova experiência, mesmo nas dolorosas, porque não se quero passar aqui a sensação que não existem espinhos, existe sim e eles são muitos. Mas, quando testifico as mudanças positivas em meus alunos, não só as superações das dificuldades de conteúdos, mas o amadurecimento nas ações, no pensar coletivo, nas construções de objetivos e planejamentos. Concretizo que todos os espinhos colhidos valeram a pena, pois um novo cidadão nasce e tenho a convicção que o ato da docência é quem me oportuniza colaborar para essa construção e assim um mundo melhor.
Nesse sentido, o curso Gestar II de Língua Portuguesa foi importantíssimo em minha formação docente. Pois, oportunizou-me vivenciar experiências novas, as quais me auxiliam muito em sala de aula, não só na mediação pragmática como também na interação aluno e professor. As trocas de experiências realizadas em cada encontro foram fontes de aprendizado e revitalização a cada aula.
O fato que mais me marcou foi perceber que as dificuldades que encontro em minha escola são pequenas em relação aos relatos que ouvi nas plenárias. Quanto as expectativas pedagógicas posso dizer que em muitos momentos fui surpreendida por detalhes que ainda não havia percebido entre eles posso citar a diferença entre Propaganda e Texto Publicitário, As organizações dos dialetos, principalmente o etário, o desenvolvimento da atividade cinco Arte e Fantasia do caderno Teoria e Prática dois entre outras.
Mas, para mim o mais importante foi poder desenvolver o projeto A Arte de Viver Feliz em parceria com os professores das áreas de Ciências Sociais e Pensamento Lógico. Nesse processo todos os cadernos de Teorias e Práticas foram importantes, porém tenho um carinho especial pelos cadernos Linguagem e Cultura e Estilo, Coerência e Coesão. O caderno Linguagem e Cultura porque me forneceu elementos para desenvolver a parte filosófica do projeto, com seus textos, entre eles Porã e Sexa, oportunizaram-me provocar nos alunos um momento de reflexão sobre a necessidade de “pensar antes de agir” para que se respeite o outro em seu universo sociocultural e que perceba que quando julgo o outro também estou me julgando. Já o caderno Estilo, Coerência e Coesão forneceu-me novos elementos lógicos semânticos, os quais me auxiliaram na mediação dos Estilos textuais e na produção desses estilos, ou seja, cada elementos escolhido pelo escritor em sua texitura caracteriza o seu estilo. Outro ponto fundamental foi o aprendizado dos elementos semânticos entre as linguagens verbais e não verbais, principalmente nos textos publicitários, uma vez que esses elementos passavam despercebidos em minha prática docente.
Nesse projeto os livros Quem me dera ser Feliz e Memória Inventadas – Júlio Emílio Braz, Memórias Inventadas Segunda Infância – Manoel de Barros e aquele, Violência e Paixão – Fernando Benassi, Águas de Visitação – Silva Freire, Cordel – Patativa do Assaré, Histórias de imigrantes Adilson Miguel e Maria Viana, As Mais Belas Parábolas – Alexandre Rangel, foram a base para o desenvolvimento do projeto no tocante aos propósitos para a disciplina de Língua Portuguesa.
Nas realizações das atividades propostas nos cadernos do curso durante o desenvolvimento do projeto, vivenciamos momentos riquíssimos de trocas de conhecimentos, um deles foi à mediação de Antonímia e Sinonímia com elementos matemáticos. Quando os alunos perceberam que potenciação é multiplicação são sinônimos e que potenciação e radiciação são antônimos. Outro foi o trabalho com o texto Uma Fábula Moderna, porque ele provocou nos alunos uma reflexão sobre o quanto vale uma vida e partir daí produzimos fábulas, Parábolas e crônicas. Com o texto Cidadezinha Qualquer nós podemos comprovar que nossa comunidade tem muitas semelhanças com a cidade do texto e então produzimos poemas lindos, nos quais os alunos expressaram seus sentimentos em relação ao lugar onde vivemos.
Como mencionei acima a atividade cinco Arte e Fantasia do caderno Teoria e Prática dois, foi a mais prazerosa de se desenvolver, adicionei a ela as músicas Alma – Zélia Duncan, Pássaros – Cláudia Leite, Razões e Emoções – NX Zero e Amigo Fura Olho – Latino, então pude mostrar aos alunos os poemas narrativos e os poemas sentimentais, nesse processo produzimos paródias, peças teatrais com fantoches e representações teatrais, um momento muito rico, pois os alunos criaram textos lindos tanto humorísticos quanto reflexivos.
Quando iniciei o curso Gestar II – Língua Portuguesa imaginava que seria somente mais um curso conteudesco com teorias utópicas para a realidade da educação do/no campo, mas já no primeiro encontro percebi que o curso seria diferente, pois a postura do orientador era de um professor que iniciou sua didática buscando coletar dados, perceber por meio de dinâmicas como seus alunos desenvolviam a docência no cotidiano. Outro fato foi deixar todos os alunos com a auto-estima elevada, colocando-se sempre no mesmo nível de seus educandos e mostrando-se feliz em poder desenvolver seu trabalho em Água Boa, fidelizando-se a sua história. Nesse sentido esses fatos reafirmam meus pensamentos iniciais: O ato da docência é algo maravilhoso e Trabalhar com a educação é algo extremamente generoso e genial. Pois, nosso orientador dedicou-se para dirimir todas as nossas dúvidas e nos mostrar caminhos concretos e possíveis para nos auxiliar em sala de aula. Essa foi a grande diferença desse curso. Ter um orientador que conseguiu fundir teoria e prática, bem como instigar e desafiar sabiamente seus orientandos para desenvolverem essa prática. Eu aceitei esse desafio e entreguei-lhe exemplares das atividades desenvolvidas aqui mencionadas. Quem de fato dedicou-se ao curso conquistou boas ferramentas para diminuir alguns espinhos do Doce Ato da Docência.
O ato da docência é algo maravilhoso. Trabalhar com a educação é algo extremamente generoso e genial. Generoso porque você doa e recebe simultaneamente conhecimentos, cordialidades e experiências. Nesse processo vínculos de cumplicidade, de respeito e de carinho vão se criando. Sementes de amizades vão sendo plantadas, cultivadas e florescidas. Assim novas comunidades formam-se e tornam a sociedade mais justa e solidária.
Talvez, para quem participar desta escrita a quatro mãos, possa pensar que essa visão do ato da docência seja muito romântica. Mas, o que será da Educação Brasileira se o Educador (mentor mor no processo educativo) perder esse sentimento?
Esse sentimento foi despertado em mim ainda na primeira infância, quando eu ainda estava na primeira série. O episódio marcante fui retirada da primeira série A e levada para a primeira série J, ao chegar lá encontrei a professora Shirlei, pequenininha, mas gigante na arte de ensinar. Com todo carinho me fez entender que dinheiro não é elemento essencial para aprendizado. Coisa que eu não tinha conseguido aprender na primeira série A.
Outra educadora que cultivou em mim esse sentimento foi minha professora Fátima da quarta série, ela desenvolvia suas aulas como quem contava história e assim fez com que eu me apaixonasse pela Língua Portuguesa.
Quando iniciei a quinta série o Brasil vivia toda a revolta do Regime Militar, em Governador Valadares, cidade onde morava, as escolas ficaram meio mortas, e isso permaneceu até eu chegar a oitava série. Desse período tive duas professoras: Angela e Habigail, essa me fazia escrever cópias e cópias no caderno de caligrafia para melhorar a letra, como eu odiava aquilo. A outra nos dava aula com as portas e cortinas fechadas para nos preparar para o novo futuro de liberdade, naquela época não entendia muito bem o que acontecia, afinal era uns com muito medo do regime e outros ansiando e propagando a nova era.
Só fui compreender isso quando estava no segundo ano do Ensino Médio, tivemos o professor de Língua Portuguesa João Pedro. Ele utilizava as figuras de linguagem para nos fazer entender que Cálice (música de Chico Buarque) na realidade era Cale-se e o quê isso representava. Ele tinha uma humanidade em suas aulas ímpar, não fazia distinção entre ser aluno e ser professor, deixava nítida a hierarquia de responsabilidade, mas nos ouvia e sempre que corretas considerava nossas ponderações.
Diante de todas as minhas experiências vividas e por acreditar que a educação é o único meio que os menos favorecidos têm para sobreviverem nesse mundo globalizado decidi ser Professora.
Iniciei nessa caminhada trabalhando com adultos na Serra da Petrovina em Rondonópolis/MT. Para mim foi muito gratificante naquela época minha principal ferramenta de trabalho era o Projeto Alfa. Posteriormente fui trabalhar em Gaúcha do Norte e agora estou em água Boa, em todos esses lugares fui me aperfeiçoando a cada dia e aprendendo sempre com meus alunos.
Assim, o sentimento de encarar a docência como uma doce arte se renova a cada dia, a cada nova experiência, mesmo nas dolorosas, porque não se quero passar aqui a sensação que não existem espinhos, existe sim e eles são muitos. Mas, quando testifico as mudanças positivas em meus alunos, não só as superações das dificuldades de conteúdos, mas o amadurecimento nas ações, no pensar coletivo, nas construções de objetivos e planejamentos. Concretizo que todos os espinhos colhidos valeram a pena, pois um novo cidadão nasce e tenho a convicção que o ato da docência é quem me oportuniza colaborar para essa construção e assim um mundo melhor.
Nesse sentido, o curso Gestar II de Língua Portuguesa foi importantíssimo em minha formação docente. Pois, oportunizou-me vivenciar experiências novas, as quais me auxiliam muito em sala de aula, não só na mediação pragmática como também na interação aluno e professor. As trocas de experiências realizadas em cada encontro foram fontes de aprendizado e revitalização a cada aula.
O fato que mais me marcou foi perceber que as dificuldades que encontro em minha escola são pequenas em relação aos relatos que ouvi nas plenárias. Quanto as expectativas pedagógicas posso dizer que em muitos momentos fui surpreendida por detalhes que ainda não havia percebido entre eles posso citar a diferença entre Propaganda e Texto Publicitário, As organizações dos dialetos, principalmente o etário, o desenvolvimento da atividade cinco Arte e Fantasia do caderno Teoria e Prática dois entre outras.
Mas, para mim o mais importante foi poder desenvolver o projeto A Arte de Viver Feliz em parceria com os professores das áreas de Ciências Sociais e Pensamento Lógico. Nesse processo todos os cadernos de Teorias e Práticas foram importantes, porém tenho um carinho especial pelos cadernos Linguagem e Cultura e Estilo, Coerência e Coesão. O caderno Linguagem e Cultura porque me forneceu elementos para desenvolver a parte filosófica do projeto, com seus textos, entre eles Porã e Sexa, oportunizaram-me provocar nos alunos um momento de reflexão sobre a necessidade de “pensar antes de agir” para que se respeite o outro em seu universo sociocultural e que perceba que quando julgo o outro também estou me julgando. Já o caderno Estilo, Coerência e Coesão forneceu-me novos elementos lógicos semânticos, os quais me auxiliaram na mediação dos Estilos textuais e na produção desses estilos, ou seja, cada elementos escolhido pelo escritor em sua texitura caracteriza o seu estilo. Outro ponto fundamental foi o aprendizado dos elementos semânticos entre as linguagens verbais e não verbais, principalmente nos textos publicitários, uma vez que esses elementos passavam despercebidos em minha prática docente.
Nesse projeto os livros Quem me dera ser Feliz e Memória Inventadas – Júlio Emílio Braz, Memórias Inventadas Segunda Infância – Manoel de Barros e aquele, Violência e Paixão – Fernando Benassi, Águas de Visitação – Silva Freire, Cordel – Patativa do Assaré, Histórias de imigrantes Adilson Miguel e Maria Viana, As Mais Belas Parábolas – Alexandre Rangel, foram a base para o desenvolvimento do projeto no tocante aos propósitos para a disciplina de Língua Portuguesa.
Nas realizações das atividades propostas nos cadernos do curso durante o desenvolvimento do projeto, vivenciamos momentos riquíssimos de trocas de conhecimentos, um deles foi à mediação de Antonímia e Sinonímia com elementos matemáticos. Quando os alunos perceberam que potenciação é multiplicação são sinônimos e que potenciação e radiciação são antônimos. Outro foi o trabalho com o texto Uma Fábula Moderna, porque ele provocou nos alunos uma reflexão sobre o quanto vale uma vida e partir daí produzimos fábulas, Parábolas e crônicas. Com o texto Cidadezinha Qualquer nós podemos comprovar que nossa comunidade tem muitas semelhanças com a cidade do texto e então produzimos poemas lindos, nos quais os alunos expressaram seus sentimentos em relação ao lugar onde vivemos.
Como mencionei acima a atividade cinco Arte e Fantasia do caderno Teoria e Prática dois, foi a mais prazerosa de se desenvolver, adicionei a ela as músicas Alma – Zélia Duncan, Pássaros – Cláudia Leite, Razões e Emoções – NX Zero e Amigo Fura Olho – Latino, então pude mostrar aos alunos os poemas narrativos e os poemas sentimentais, nesse processo produzimos paródias, peças teatrais com fantoches e representações teatrais, um momento muito rico, pois os alunos criaram textos lindos tanto humorísticos quanto reflexivos.
Quando iniciei o curso Gestar II – Língua Portuguesa imaginava que seria somente mais um curso conteudesco com teorias utópicas para a realidade da educação do/no campo, mas já no primeiro encontro percebi que o curso seria diferente, pois a postura do orientador era de um professor que iniciou sua didática buscando coletar dados, perceber por meio de dinâmicas como seus alunos desenvolviam a docência no cotidiano. Outro fato foi deixar todos os alunos com a auto-estima elevada, colocando-se sempre no mesmo nível de seus educandos e mostrando-se feliz em poder desenvolver seu trabalho em Água Boa, fidelizando-se a sua história. Nesse sentido esses fatos reafirmam meus pensamentos iniciais: O ato da docência é algo maravilhoso e Trabalhar com a educação é algo extremamente generoso e genial. Pois, nosso orientador dedicou-se para dirimir todas as nossas dúvidas e nos mostrar caminhos concretos e possíveis para nos auxiliar em sala de aula. Essa foi a grande diferença desse curso. Ter um orientador que conseguiu fundir teoria e prática, bem como instigar e desafiar sabiamente seus orientandos para desenvolverem essa prática. Eu aceitei esse desafio e entreguei-lhe exemplares das atividades desenvolvidas aqui mencionadas. Quem de fato dedicou-se ao curso conquistou boas ferramentas para diminuir alguns espinhos do Doce Ato da Docência.
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